terça-feira, 21 de julho de 2009

Ah... o Bueno!

Hoje, dia 21 de julho, o nosso querido amigo Bueno participou do programa Clube Amigos da Boa Nova. É impossível lembrar, ver, ou imaginar este Ser de Luz sem suspirar; "ahhh...o Bueno". Com tanta sabedoria e serenidade a gente sempre aprende alguma coisa pelo simples fato de estar ao seu lado. É uma segurança que ele nos passa através de seu olhar que sempre nos coloca em nosso devido lugar.

Bueno não fala, mas se comunica por um método chamado Bliss, com códigos correspondentes ao alfabeto. Resumidamente o sistema é isso! É claro que precisa do amor e paciência de uma segunda pessoa para interpretar o que Bueno escreve com seu olhar.

Muito amável, apesar de viver longe de sua família, Bueno é muito preocupado com ela. Não é a toa que seu maior desejo é que seu irmão tenha uma casa própria para morar.
Escrever é um de seus maiores prazeres! Quem quizer acompanhar o blog onde bueno escreve, assim como outros assistidos, basta entrar no site www.casasandreluiz.org.br/blog

Abaixo temos uma apresentação do Bueno, escrita por ele e na sequência, o texto que o Bolonha leu hoje no ar.
Vamos ajudar a divulgar este trabalho lindo e repassar o link para todos nosso amigos. Comentem no blog dos assistidos, pois eles ficam muito felizes com cada comentário deixado lá!

Um abraço a todos!
Vamos ler a sua história, By Bueno:

Eu nasci dia 8 de maio de 1961; minha mãe era adolescente quando engravidou. Tentou abortar aos 2 meses; tomou vários medicamentos e os médicos alertaram que eu poderia nascer “cego e mudo”.Ela começou a odiar a vida por causa da gravidez, tentando fazer o aborto. Ao nascer, ela arrependeu-se do que fez pelas conseqüências que os remédios causaram, pois nasci deficiente.

Até 1 ano de idade, eu dormia em uma cama de tábua, pois não tínhamos condições financeiras; minha mãe trabalhava em uma casa de família e eu ficava com a vizinha. Quando eu tinha 3 anos, ela engravidou do meu irmão. A situação tornou-se mais difícil, meus pais brigavam. Meu pai começou a beber e perdeu o respeito pela família; dormia nas ruas com outras mulheres.

Aos 4 anos, era muito difícil para mim, ver aquela situação da minha mãe, sem dinheiro para sustentar a mim e o meu irmão. Me lembro que ficávamos mais na casa da vizinha do que na minha casa, ficávamos juntos aos finais de semana. Minha mãe conversava comigo, dizendo que eu precisava ser muito forte para enfrentar a minha deficiência e as dificuldades da vida.

No dia 5 de janeiro de 1968, minha mãe me trouxe para as Casas André Luiz para ser internado, chorei muito.

Na adolescência, me disseram aqui que eu tinha uma cabeça muito boa e algumas pessoas tinham medo das minhas idéias e do meu comportamento, pois era muito inteligente.

Minha mãe vinha me visitar e me contava como estavam meus irmãos; lembro-me que chorava muito quando ela ia embora. Em agosto de 1982, minha mãe faleceu de câncer.

Meu pai quase não me visitava, e quando vinha, não demonstrava nada, parecia uma “pedra”. Após 10 anos sozinho, descobriu que estava com câncer.

Hoje a minha família está mais unida, meus irmãos me visitam e eles construíram suas famílias. Só tenho que agradecer a Deus, por tudo que tenho hoje, pelos cuidados que recebo, pelos meus amigos e por todos os profissionais da Casa.

José Roberto Bueno comunica-se utilizando o Sistema Bliss de comunicação alternativa.
Possui uma prancha com vários símbolos, e através do olhar, expressões faciais e corporais demonstra o que quer falar.
Desta forma são estruturados seus diálogos e elaboradas suas poesias.


Texto lido no programa:

Opinião
Eu sou uma pessoa de uma só opinião.
Por que as pessoas duvidam de mim?
Eu trabalho com a cabeça e com a mente e desenvolvo minhas pinturas.
Minha vida é engraçada: tenho dificuldades com o meu corpo.
As pessoas pensam que estou morto por ser de cadeira de rodas.
No começo de um filme, havia um professor que falava para um menino que num hospital teria muitas atividades. Foi aprovado uma viagem ao mundo para esse menino. Mas, o professor achou difícil essa viagem fora do hospital. Uma pessoa duvidou da consciência deste menino. Um dia, essa pessoa viu esse menino fazendo uma atividade e o rosto dela foi ao chão. Porque ele tinha pernas e pés, enão fazia o que ele era capaz de fazer. As pessoas pensam que só precisam de um corpo para trabalhar. Falar é fácil quando se tem voz. No mundo de cadeira de rodas, vivemos sobre auto controle. As pessoas não pensam no amanhã, que podem estar da mesma forma que nós. São pessoas orgulhosas e com o nariz empinado, se esquecem que a resposta vem de Deus. Quero desenvolver um trabalho preciso do meu corpo para me ajudar. Por que é difícil uma tividade fazer sucesso?

Bueno

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